Introdução

Tecnologia, saúde e falta de informação, uma combinação que pode gerar vários problemas relacionados à saúde do usuário. Este blog tem como finalidade apresentar alguns aspectos sobre os malefícios causados pela falta de informação e mau uso da tecnologia.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Nanotecnologia entre o bem e o mal


Um setor da ciência de ponta que consome
investimentos de US$ 6 bilhões anuais no mundo está
recebendo sinal amarelo. Produtos da nanotecnologia,
área que desenvolve partículas e dispositivos que
medem poucos nanômetros (milionésimos de
milímetro), podem trazer riscos ambientais e de saúde,
indicam estudos.
O risco é controlável, dizem os cientistas, e nada tem
de parecido com as paranóias da ficção científica, mas é
preciso tomar cuidado para que o uso irresponsável da
técnica não acabe ofuscando os benefícios que ela pode
trazer.
A nanotecnologia promete revolucionar a eletrônica com
a redução de chips em até mil vezes e já está
auxiliando a engenharia com materiais altamente resistentes e leves. Alguns desses compostos,
sobretudo os derivados de grafite, já estão sob escrutínio de pesquisas que identificaram
propriedades tóxicas neles. "O objetivo do nosso trabalho é entender o que tem de ser feito para
que esses materiais possam ser fabricados, usados e descartados de maneira segura e
ambientalmente correta", disse a GALILEU o pesquisador Mason Tomson, da Universidade Rice, de
Houston, no Texas.
O fato de Rice, considerada um dos berços da nanotecnologia, estar agora alertando para seus
riscos pode parecer contraditório, mas faz sentido. Cientistas temem que a discussão sobre os
perigos da nanotecnologia avance rápido demais e decisões políticas tenham de ser tomadas sem
que o conhecimento necessário esteja disponível. Nos últimos anos isso aconteceu, por exemplo, no
debate sobre alimentos transgênicos.
O alvoroço em torno dos problemas que a nanotecnologia pode trazer começou no ano passado,
após a ONG ambientalista ETC Group ter pedido uma moratória mundial na produção de
nanoprodutos, já que ainda não há leis regulando o que pode ou não ser feito. "Por causa dessa
negligência absurda e porque consumidores já estão sendo expostos a nanopartículas sintéticas, um
pedido de moratória é a única resposta política razoável", diz o diretor da entidade Pat Mooney.
A proposta de moratória, porém, parece ser um pouco
exagerada. O próprio Greenpeace, uma das organizações mais
ativas contra alimentos transgênicos, acha que a ciência do
minúsculo deve trazer mais benefícios do que problemas. "A nanotecnologia pode oferecer o
caminho para um sistema mais limpo de geração de energia", declarou Douglas Parr, cientista-chefe
do Greenpeace britânico. Um parecer que a entidade encomendou a cientistas do país, porém,
aponta algumas preocupações.
Muitas aplicações da nanotecnologia ainda estão restritas a laboratórios, mas algumas delas são tão
comuns quanto ir à praia e tomar um pouco de sol. Quem já se lambuzou com uma loção de
bloqueador solar das mais recentes, por exemplo, já deve ter tido contato com nanopartículas de
Desinformação sobre potencial
tóxico de nanoprodutos traz risco
de crise como a dos transgênicos
óxido de zinco. Essa substância protege a pele de raios ultravioletas, mas na forma de partículas da
ordem de micrometros (milésimos de milímetro) o creme branco não é absorvido e fica aparecendo
no rosto. Em partículas nanométricas, o creme fica invisível a olho nu, mas não se sabe se elas são
100% seguras.
A paranóia do bloqueador solar ainda carece de fundamento, já que estudos de toxicologia
precisariam abordá-la mais a fundo, mas outros tipos de nanopartículas já se mostraram nocivos em
experimentos sérios. Uma das instituições mais preocupadas em saber o efeito de partículas e
dispositivos nanométricos para a saúde é a Nasa, a agência espacial dos EUA. Os astronautas
geralmente estão entre os primeiros a entrar em contato com equipamentos de alta tecnologia e
devem ser expostos a materiais nanoestruturados nos produtos usados em espaçonaves.
Um experimento do toxicologista Chiu-Wing Lam, do Centro Espacial Johnson, no Texas, apontou
para o efeito prejudicial de fibras de nanotubos no organismo de camundongos. "Se os nanotubos
chegarem aos pulmões, eles podem ser mais tóxicos do que o quartzo, que oferece sério risco em
saúde ocupacional", diz. Aparentemente, essas fibras sintéticas oferecem risco apenas quando estão
suspensas no ar na forma de partículas nanométricas, mas não quando formam aglomerados
maiores.

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